quarta-feira, novembro 02, 2005

Entrevista com Leonardo Ferreira,treinador do Cascais, ao DN Madeira

Jovem porto-santense treina a equipa que lidera invicta a classificação da II Divisão de hóquei em patins

Chama-se Leonardo Ferreira, tem 24 anos e é natural do Porto Santo. É este o treinador da equipa de hóquei em patins do Cascais, que actua na II Divisão - Zona D e mantém a invencibilidade, cumpridas que estão seis jornadas da época 2005/2006.
No passado sábado, Leonardo Ferreira esteve na Região a orientar a sua equipa, que venceu o GD Estreito, por 6-3, e o DIÁRIO foi saber um pouco mais da sua vida.

DIÁRIO - COMO E QUANDO COMEÇOU A DEDICAR-SE AO HÓQUEI EM PATINS?
Leonardo Ferreira - Sinceramente não sei dizer com precisão quando é que começou o "bichinho" do hóquei, contudo lembro-me de ter começado a praticar desporto desde muito cedo e entre as escassas modalidades que se podia praticar em Porto Santo estava incluído o hóquei. Iniciei-me como jogador por volta dos 10 anos, tendo sempre seguido essa carreira até aos seniores. Iniciei-me no hóquei por influência de alguns familiares que estavam nessa altura a praticar ou a dirigir a modalidade e também pelos meus pais que sempre me apoiaram nas minhas opções.
DIÁRIO - A CARREIRA DE TREINADOR SURGIU NA SEQUÊNCIA DE ALGUM FACTOR PARTICULAR OU POR OPÇÃO PRÓPRIA?
L. F. -
A carreira de treinador surgiu essencialmente por dois factores: primeiro porque sempre gostei de opinar sobre qualquer assunto e também de sentir que poderia ensinar hóquei com a experiência que tive ao longo dos anos e também, como estava no Curso de Educação Física, sentia que, com os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, poderia ter algo a ensinar aos mais jovens e não só. Desde novo tive a oportunidade de estar nos balneários, devido ao facto do meu pai ter sido treinador vários anos e, parecendo que não, fiquei com o "cheiro" de balneário para sempre. O segundo factor foi devido ao facto de ter sido "obrigado" a parar a carreira de jogador devido a uma lesão crónica nas pernas. E como não queria abandonar esta modalidade, uma das soluções seria passar pela carreira de treinador.

DIÁRIO - COMO SURGIU O CONVITE PARA TREINAR O CASCAIS?
L. F. -
O convite do Cascais surgiu a meio da época passada após eu ter-me despedido do Oeiras. Nessa altura, fui contactado pela direcção do clube cascalense para formar esta época uma equipa de juniores para o Cascais. Contudo, no final da época passada, e perante os maus resultados da equipa sénior, em risco de descer de divisão, o treinador do Cascais foi despedido e convidaram-me para assumir o cargo de treinador para tentar a missão quase impossível de manter a equipa do Cascais na 2ª Divisão. Aceitei prontamente, apesar do risco que iria correr e ficar associado a essa situação. As coisas correram bem e tivemos também a sorte do Sporting ter desistido, o que fez com que houvesse mais uma vaga na II Divisão, que acabou por ficar para nós. Assim, deixei o cargo de treinador de juniores para ser o treinador dos Seniores do Dramático Cascais.

DIÁRIO - O CASCAIS REFORÇOU-SE BASTANTE. O OBJECTIVO É A SUBIDA AO ESCALÃO PRINCIPAL?
L. F. - O Cascais, num passado recente, andou sempre a lutar para não descer. Para esta época, e com as novíssimas instalações do clube, foi apresentado um projecto liderado por mim, no sentido de dar maior expansão e qualidade ao clube. Para isso, um dos factores passaria por reformular o plantel no sentido de garantir a manutenção o mais rapidamente possível, a fim de evitar aquelas contas sempre complicadas de se fazer no final do campeonato. Aproveitando a desistência do Sporting, fomos buscar três jogadores "veteranos", e que mostraram todo o interesse no projecto e no desenvolvimento do clube para além de um outro jogador com muita experiência e goleador nato, que veio também reforçar o clube. Penso que seria deselegante dizer que somos candidatos, porque este é o "ano zero" do novo Cascais e porque há equipas que são eternas candidatas à subida, pelos seus passados recentes, como o Oeiras e o Sintra principalmente. Isto não quer dizer que após garantirmos a manutenção que andaremos a passear. Muito pelo contrário, seremos a equipa "outsider" na próxima fase.

Fonte: Diario de Noticias da Madeira

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