SPORTING OBRIGADO A DEIXAR PAVILHÃO DA PAREDE
O hóquei em patins do Sporting volta a estar mergulhado em profunda crise e, segundo o nosso jornal apurou, pode estar mesmo em causa a sua continuidade. Isto porque o Parede FC, clube que rubricou um protocolo com a equipa de Alvalade para a cedência do pavilhão para jogos e treinos, acaba por tomar uma decisão extrema: a proibição de utilização do pavilhão. Tudo por incumprimento, por parte do Sporting, de determinadas condições, nomeadamente o pagamento do aluguer do recinto.Segundo o presidente do Parede, Fernando Gomes, “tudo foi feito para evitar esta situação, que já dura desde Janeiro. Falei com Miguel Bento e houve a promessa, por parte dele, de saldar as dívidas. Acontece que já passaram três meses e... nada. A paciência esgotou-se. Tentei reunir-me com o treinador do Sporting mas ele não apareceu e, no dia seguinte (quarta-feira) a direcção deslocou-se ao treino e entregou uma carta a Miguel Bento, informando-o do impedimento do Sporting de utilizar o pavilhão a partir dessa data”, disse Fernando Gomes.Refira-se que as verbas recebidas pelo Parede destinam-se à manutenção as diversas modalidades do clube, para cerca de 300 atletas.
Reunião
Entretanto, os jogadores do Sporting reuniram-se ontem no Pavilhão da Juventude Salesiana. Em causa está a intenção do técnico leonino em transferir os treinos para o pavilhão da Casa do Gaiato, no Tojal, situação que não é do agrado dos atletas, face às despesas que acarreta (gasolina e portagens), uma vez que não recebem desde Dezembro. Refira-se que o atraso no pagamento está a causar dificuldades a muitos jogadores, alguns deles já a atravessar momentos difíceis e ponderam mesmo levar Miguel Bento a tribunal, conforme nos adiantou o massagista do clube, Joaquim Furtado.
Miguel Bento: «Eles também nos devem dinheiro»
Treinador e responsável pela secção, Miguel Bento não nega a existência da dívida ao Parede, mas, além de desmentir que foram obrigados a retirar todo o material do pavilhão, adiantou que existiu também, da outra parte, uma quebra de contrato: “Eles também nos devem dinheiro. Deveríamos receber metade das receitas de bilheteira, e isso não acontece em alguns jogos. Tivemos a hombridade de falar com eles relativamente ao facto de não podermos pagar, e tivemos o seu consentimento. Eles nunca chegaram ao pé de nós para dizer o mesmo.”O técnico falou ainda de outros incumprimentos. “Eles tinham de garantir algumas condições, como ter o rinque disponível a tempo antes dos jogos. Recordo-me, por exemplo, quando foi o jogo com o Benfica, com transmissão televisiva, faltava uma hora para o encontro e ainda estavam os mais pequenos a treinar. Além disso, fomos obrigados a assinar, logo no início, um contrato sem nos disponibilizarem horários, e remeteram-nos para as 21.30. Portanto, isto já começou torto”, explicou Miguel Bento.
Futuro
A equipa vai passar a treinar no Tojal – ontem fez um jogo treino com a Juventude Salesiana – algo que estava para acontecer em Janeiro. “Mas achei que, depois da infelicidade do problema financeiro que criou instabilidade na equipa, mudar o sítio de treinos poderia criar ainda mais”, considerou o técnico, adiantando que já tinha pensado em “aproveitar a paragem no campeonato para fazer a mudança.”
Fonte: Jornal Record, Edição de 18 de Março de 2005
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