HÁ treinadores de hóquei em patins na I Divisão que não têm a qualificação exigida para desempenhar a função para a qual foram contratados. O mínimo exigido é o curso de segundo nível mas três treinadores só têm o primeiro. Resultado: são inscritos como delegados ao jogo, que passam todo o encontro a dar indicações técnicas aos jogadores.
Segundo o presidente da Federação de Patinagem de Portugal (FPP), Fernando Claro, os regulamentos são esclarecedores: "Todos os treinadores da I Divisão têm de ter o curso de segundo nível. Uma medida adoptada em 2003 que serviu para credibilizar a modalidade." No entanto, os mesmos regulamentos são omissos em relação às outras funções, lacuna aproveitada pelos clubes para inscrever os seus treinadores. "Não há nada que proíba um técnico de estar sentado no banco como delegado, massagista ou mecânico. Uma falha aproveitada, infelizmente, pelos clubes." Apesar de os técnicos recorrerem ao estatuto de delegados ao jogo para se sentarem no banco, a verdade é que a A BOLA sabe que os árbitros são obrigados pelos regulamentos a não deixar qualquer elemento sentado no banco de suplentes, à excepção do treinador, dar indicações técnicas para dentro do rinque. Uma obrigação que não se verifica na realidade, até porque é humanamente difícil a um técnico não chamar a atenção ou querer corrigir algum erro cometido pela sua equipa no decorrer do encontro. Já para João Campelo, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Hóquei em Patins, a situação é incompreensível. "Não acho bem da parte dos treinadores. Não colocamos em causa as capacidades de cada um mas defendemos a formação, reciclagem e troca de experiências como forma de evolução e não é por falta de cursos que esta situação se verifica, com muita pena nossa. Culpados? É a família do hóquei, com especial incidência do organismo que tutela a modalidade", remata.
Fonte:Jornal ABola
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