Ainda não estavam decorridos seis minutos e o Benfica já perdia em Oliveira de Azeméis por três bolas sem resposta. Tó Neves abriu o marcador após um passe de Vítor Fortunato para as costas da defesa e para a cara de Carlos Silva (1-0), Paulo Alves fez o que quis dos jogadores encarnados para conseguir o segundo (2-0) e Tó Neves, a concluir um contra-ataque com Paulo Alves, encostou para o terceiro (3-0). A Oliveirense dava assim continuidade a um excelente inicio de campeonato e, quando os encarnados "entraram" finalmente em pista, depois de um inevitável desconto de tempo pedido por Paulo Garrido, já iam com um "atraso" dificilmente recuperável contra uma equipa que alinhava "só" com Guilherme Silva, Vítor Fortunato, Paulo Alves, Didi e Tó Neves...
Garrido fez sair Barreiros e Rui Ribeiro para a entrada de Tomba e Pedro Afonso e conseguiu anular, fruto de uma maior agressividade, o ímpeto dos veteranos da casa. A agressividade de Tomba, que no ataque dos encarnados deu o primeiro sinal de perigo ao quase corresponder com sucesso a um passe de Valter Neves, custou-lhe dois amarelos após uns escassos oito minutos em rinque. Já com o jogo dos encarnados a funcionar melhor, o técnico apostou na entrada de Karam, trazendo outra vivacidade ao ataque e uma alternativa credível de finalização com a meia distância do brasileiro.
Até ao intervalo os encarnados contaram com alguma passividade dos veteranos da Oliveirense, confiantes na vantagem conseguida, para reequilibrarem os acontecimentos. Valter Neves estava na ante-câmara de mais uma grande partida, assumindo a responsabilidade de conduzir os ataques da equipa e de, em várias ocasiões, tentar também concluir. Numa dessas ocasiões apanhou Tó Neves pela frente quando a partida já estava interrompida e despertou a ira do veterano, gerando-se algum burburinho. Pedro Afonso é que, tal como Tomba, viu a sua agressividade penalizada, vendo o azul por acumulação já perto do intervalo.
A desvantagem era um justo castigo para a total ausência dos encarnados nos minutos iniciais, sendo que a intervenção de Paulo Garrido, porventura tardia, conseguiu conter os danos.
A segunda parte começou com Mariano ao lado de Valter no sector mais recuado e Karam ao lado de Barreiros na frente. E o jogo do Benfica transfigurou-se completamente. Com um trabalho defensivo imaculado e beneficiando de alguma tentativa de contenção dos visitados, os encarnados nos primeiros três minutos conseguiram chegar à diferença minima. Alan Karam voltou a marcar à Oliveirense, depois de uma exibição de luxo na época transacta, desviando na cara de Guilherme Silva um remate de Valter Neves (3-1) e um par de minutos depois era mesmo Valter Neves que conseguia um merecido golo, depois de recuperar a bola na meia pista da Oliveirense e combinar com Ricardo Barreiros para um golo fácil (3-2).
Mas, já com os adversários "à vista", os encarnados sofreram um rude golpe com a amostragem do segundo amarelo a Mariano Velazquez. Condicionado pelas sanções disciplinares, Paulo Garrido fez reentrar o já azulado Pedro Afonso. E cinco minutos depois, eram os veteranos da Oliveirense que desferiam um golpe na equipa do Benfica. Naquele que terá sido o único erro defesivo dos encarnados nesta segunda parte e numa altura em que Carlos Silva tinha meia pista só para ele, Didi surgiu isolado e não perdoou (4-2).
Os jogadores do Benfica não acusaram, visivelmente, o golo e continuaram a pressionar e a encostar os cada vez mais cansados jogadores da Oliveirense. A realizar uma grande partida quer a defender, quer a atacar, o internacional brasileiro Alan Karam respondeu ao golo do seu compatriota e colega de selecção (Didi) com um tiraço do meio da rua para nova diferença minima (4-3).
Entre jogadores azulados, Garrido voltava a apostar em Mariano para o lugar de Pedro Afonso e os encarnados intensificavam a sua pressão. As dificuldades em penetrar na fechada e experiente defensiva da equipa da casa eram notórias mas a partida limitava-se à meia pista entre a linha divisória e a tabela de fundo nas costas de Guilherme Silva. E, como tal, ninguém estranhou que Ricardo Barreiros, em mais um remate de meia distância, conseguisse o empate (4-4).
A partida tinha agora um novo começo, mas o mesmo sentido. Os encarnados procuraram sempre o golo que valeria uma vitória épica mas a experiência dos comandados de António Vale (muito contestado pela falta de rotação da equipa) falou mais alto. O empate acaba por ser justo na perspectiva de que as equipas dominaram cada uma a sua parte, acaba por ser um mal menor pela desvantagem que se registava quando os encarnados "chegaram" mas acaba também por saber a pouco pelos largos minutos que ainda faltavam jogar após o 4-4.
Na próxima quarta-feira, o Benfica recebe, no Açoreana Seguros, o Espinho, para acertar calendário e terá uma soberana e imperdivel oportunidade para regressar às vitórias após três empates e uma derrota para o campeonato.
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