Direito à contra resposta
Menino João,
Há situações nas nossas vidas que por muito que não queiramos dar a importância que de facto, e na realidade não merecem e que percamos com isso o nosso tempo, não deixam porém de nos obrigar, e até pela defesa do bom nome, de dar a devida resposta a alguns infelizes, incapazes que por cá andam e que se escudam ao abrigo de qualquer associação julgando-se serem os detentores da verdade e aproveitando esse facto para opinar, destilar ódios antigos ao ponto de escreverem o que lhes apetece.
O menino João, e desculpe porque é assim que o vejo desde o tempo que era reconhecido entre nós por aquele que quando rematava à baliza acertava sempre nas biqueiras das suas botas, e perdoe-me mas é assim que me lembro de si, embora também o possa recordar por outros motivos, esses muito mais tristes ao ponto de ter sido objecto de análise num programa televisivo em que o assunto em questão era o Desporto e a violência, onde o menino foi referido pelas piores razões, como também há quem o recorde como especialista em descidas de divisão, mas isso são contas de outro rosário... Sinto e pelo texto que o menino apresenta, que ainda hoje se notam algumas reminiscências desse tempo, isto é, jogava com os pés, pensa com os mesmos e escreve...com alguma dificuldade. De facto há vícios que não se perdem e basta recordar a forma como o menino defendeu uma proposta Espanhola para se poder jogar com os patins (conheci pela segunda vez, e pelos piores motivos, que havia um presidente e uma ANTHP, a primeira foi quando aceitei o convite para seleccionador nacional, aquando de um comunicado de péssimo mau gosto), proposta essa bem lesiva para o hóquei Nacional.Relativamente ao curso de grau I ou qualquer outra numeração, que teria feito como prelector em Inglaterra, ainda por cima por convite do Comité Europeu venho lhe dizer que é mentira. Por isso, o menino é mentiroso. O que se passou é que recebi um convite da Federação Inglesa de Patinagem para um mini-estágio com as suas selecções, que muito me orgulhou. Esse convite foi feito pelo seu presidente, seu técnico principal sr. Carlos Amaral, e sem qualquer tipo de remuneração. Não podia ser de outra forma, até porque em Inglaterra paga-se para jogar. Agora se alguém, imaginemos a FPP por exemplo, aproveitou esse facto para "legalizar" e sustentar o convite que me foi feito para seleccionador nacional, dando-me equivalência a não sei o quê, isso é outra história, cabendo-lhes a eles e ao Director Técnico Nacional, nesta suposta situação explicar.
Quanto ás remunerações que o menino fala e às incongruências do meu discurso, não deve saber o que isso significa. O dizer que "não estava na selecção nacional para ganhar dinheiro e que só recebia as ajudas de custo relativos aos dias de concentração" é verdade e referi-me ao tempo do sr. Carlos Sena. Aceitei esse convite em vésperas de uma prova internacional, com espírito de missão, a bem da minha modalidade com prejuízo da minha vida profissional porque sabia que tinham sido dirigidos alguns convites e todos eles disseram que não. E porquê? Pelo simples facto de lhes terem sido pedidos uma renovação da selecção nacional e ao mesmo tempo o título de Campeão do Mundo, que por coincidência seria no último ano de mandato da direcção da Federação. Situação que infelizmente não aconteceu num processo que poucos dizem ter sido pouco "claro". Lembro o menino que na altura também disse que ultrapassada esta fase o cargo seria apetecível como veio a acontecer. Incongruência? Onde é que ela está? Hoje a realidade é outra não faltam personagens para abraçar este projecto e quando pedi o vencimento de 1500euros (era para enriquecer!!!!??), não julgue que o fiz sozinho. Fui aconselhado por alguém com grandes responsabilidades na modalidade, ex-jogador, ex-seleccionador nacional que ganhou tudo o que tinha para ganhar, e que me ajudou neste processo porque ele pensava e eu também que era a altura, que por uma questão de dignidade do cargo, seria importante termos o valor mínimo de remuneração a exemplo que acontece nas outras modalidades. Incongruência, onde? Já agora e porque estamos a falar do cargo de seleccionador nacional, lembro ao menino João ou a qualquer Sebastião das danças de salão, que nunca me referi ao sr. Paulo Baptista de uma forma depreciativa. Antes pelo contrário, disse e cito "que apesar de não o conhecer pessoalmente tenho informações que se trata de uma pessoa metódica e competente para o cargo". Aliás muito antes disto já o tinha defendido e feito sentir a pessoas da modalidade que se calhar era o homem certo para o lugar certo, quando já se congeminava a saída do meu amigo ex-seleccionador nacional José Querido.
Quanto a ser a segunda escolha, qual é o problema? É mentira? E desde quando uma segunda escolha não pode ser melhor que a primeira, ou o menino João Sebastião não concorda. Eu próprio quando aceitei o cargo disse que tinha a noção que era a última escolha, não me sentindo diminuído por isso. Antes pelo contrário. Nunca pus em causa o nome do sr. Paulo Baptista, mas sim o processo pouco dignificante para as pessoas envolvidas, e que até agora não conseguiram justificar.Apesar de tudo e acreditando que seria muito difícil eu ser a escolha final, demonstrei sempre, acontecesse o que acontecesse, a intenção de cooperar com o Director Técnico Nacional e com a FPP naquilo que eles entendessem que eu poderia ser útil.
Nunca confundi instituições, associações, etc. com as pessoas que, momentaneamente, as representam. Cada um dá o que pode, e é pena de facto nas instituições em causa estarem a dar tão pouco para uma modalidade que está doente. É tempo de se dar aos Vitorinos, já que não se vislumbra, por uma Janela qualquer neste nevoeiro profundo um D.Ernesto, perdão, um D.Sebastião, que bem precisamos.
Vitor Hugo
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