segunda-feira, maio 09, 2005

Entrevista: Ricardo Santos, Treinador do Candelária

HPT- O que o levou a aceitar um projecto numa zona onde o hóquei ainda não tem muita visibilidade?
R: Nunca pensei dessa forma... para mim só existe uma forma de estar no hóquei que é para ganhar, como e onde estiver. Gosto de desafios, por isso quando me convidaram para este projecto, de forma muito objectiva e clara, analizei-o e aceitei com a sincera convicção de que era possível subir de divisão, que é o grande objectivo desta equipa, contudo o hóquei Açoreano começa aos poucos a ter mais visibilidade. Por exemplo para o ano os Açores vão ter 3 clubes a militar nos campeonatos nacionais (União MIcaelense, Santa Clara e Candelária) tal como a Madeira (Estreito, Maritimo e Portossantense). O problema da Região está na formação. Aí é que tem de se apontar novas estratégias, para que possa acompanhar o rápido evoluir das equipas séniores.

HPT- como jogador/treinador do Candelária como explicas esta boa forma que o Candelária atravessa?
R: Muito Trabalho, confiança e ambição. Para se ter noção do trabalho que se realiza nesta equipa, tivemos semanas a trabalhar todos os dias inclusivé ao domingo. Quando se trabalha, os resultados aparecem.

HPT - Sendo uma equipa insular que disputa várias vezes jornadas duplas, isto poderá de alguma forma prejudicar nas ultimas jornadas a forma física da equipa?
R: Tenta-se preparar as deslocações ao continente ao pormenor para minimizar as perdas físicas de um jogo para outro. Mas o que importa é não pensar nisso. Sabemos que temos de fazer dois jogos, por isso vamos jogar e ganhar! Por outro lado, temos fins de semana livres que dá para gerir o esforço. O desgaste aparece em qualquer equipa por muito bem preparada que esteja.

HPT - Lideram a fase final zona sul com mais um jogo que os vossos adversários neste momento com seis pontos de vantagem do segundo classificado, isto quer dizer que a aposta está na subida?
R: É o grande objectivo do Candelária para este ano. Todo o trabalho foi direccionado para aí, assumimos quando acabou a primeira fase esse objectivo.

HPT - As contratações do Candelária, Gustavo Dias e Jorge Maceda, relacionam-se com o objectivo do Candelária?
R: Certamente que sim. O Gustavo está desde o início da época e devido á sua experiência e num posto tão especifico como é o GR, é sem duvida uma aposta. A situação do Jorge é um pouco difierente porque apareceu apenas como reforço de Inverno e veio equilibrar o plantel. Juntando a isto já jogaram comigo, tenho uma óptima relação com eles, bons jogadores e principalmente já sabiam o que era viver numa Ilha, factor importantissimo para se tirar rendimento de um atleta, o facto de ele se adaptar ou não a uma nova realidade, a insularidade. Curiosamente estivemos na subida do Portossantense à 1ª divisão e se conseguir subir o Candelária, estaremos ligados às duas subidas, o que para nós será óptimo.

HPT - Como vês a eventual subida do Candelária sendo do Arquipelago dos Açores?
R: Exactamente da mesma forma que outra equipa. O Alentejo, o Algarve, as Beiras, os Açores, a Madeira são Regiões de Portugal, na Região Autonoma dos Açores todas as modalidades amadoras têm equipas na 1ª divisão, por isso, a subida do Candelária é perfeitamente normal. Quando o Porto Santo subiu também se perguntava e agora? As coisas decorreram com normalidade e tem o seu espaço no hóquei português. O Candelária na 1ª Divisão, quando lá chegar, porque ainda não o conseguiu, vai também naturalmente conquistar o seu espaço.

Com: Roberto Teixeira

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