quinta-feira, março 09, 2006

Desafio aliciante a pensar em altos voos


Chegou ao Porto Santo segunda-feira à noite e orientou, pela 1.ª vez, no dia seguinte, a equipa de hóquei em patins do Porto-Santense. Pedro Nunes, ex-HC Sintra, é o novo treinador dos “azuis” e pretende obter a melhor classificação e lutar, em cada jogo, pela vitória e consequentes três pontos. Com 48 horas na “ilha dourada”, o treinador fala da realidade que encontrou e do que pretende para o futuro. Sem falar em desafios desmedidos, apenas promete o máximo de empenho e rigor...

JORNAL da MADEIRA — Como surgiu o convite para treinar o Porto-Santense?
Pedro Nunes — Foi um convite formulado, na semana passada, pela SAD e em que, com relativa facilidade, chegámos a acordo.
JM — Que realidade veio encontrar?
PN — Tinha todas as informações sobre o clube, sobre o plantel, sobre a realidade da SAD, sobre a envolvência da própria ilha. Tinha todas as informações que me permitiram tomar esta decisão, que espero e desejo que tenha sido a melhor.
JM — O que lhe foi pedido para o restante da presente época?
PN — Pediram-me que disputasse todos os jogos com o máximo empenho, rigor, de forma a conquistarmos os três pontos.
JM — O que é que a equipa pode atingir?
PN — Digo-lhe de uma forma muito frontal que vamos discutir todos os jogos, com vista à obtenção dos três pontos e à melhor classificação possível. Foi isso que a SAD me pediu, e está, perfeitamente, ao nosso alcance.
JM — Que análise faz ao plantel?
PN — A equipa tem muito valor. Estou satisfeito com o plantel de que disponho e tenho total confiança nos jogadores que oriento. Neste momento passamos alguns problemas relacionados com lesões, e estou em crer que, depois de ultrapassarmos isso, a equipa irá render muito mais e alcançar melhores resultados.
JM — Que comentário ao calendário até final da fase regular?
PN — Preferia não individualizar os adversários, mas olhá-los como um todo e pensar que temos hipóteses de discutir o jogo e depois ganhar. É evidente que há uns adversários mais difíceis que outros, mas este campeonato já tem vindo a demonstrar que, neste momento, existe um grande equilíbrio entre a maior parte das equipas, destacando-se apenas, e tão-somente, o FC Porto, que, curiosamente, é um dos nossos adversários. Porque não considerá-lo, com toda a justiça, pelo campeonato que está a fazer, que é o mais difícil, até final desta fase?
JM — As condições de trabalho são as que esperava?
PN — Neste momento estou satisfeito com as condições que me colocaram à disposição, a todos os níveis. Quer nas infra-estruturas quer a nível de apoio dos corpos dirigentes da SAD e pessoal auxiliar. Aproveito para destacar a pessoa que tem feito a transição comigo, o André Silva, com o qual estou em perfeita sintonia. Estou perfeitamente integrado no grupo de trabalho. Só tenho motivos para estar satisfeito, mas é evidente que, se pudermos melhorar a estrutura existente, estou cá para ajudar.
JM — O Porto-Santense é já um clube com estatuto de 1.ª Divisão?
PN — Penso que o Porto-Santense tem todas as condições para, definitivamente, se considerar um clube de 1.ª Divisão e, por que não?, pensar em voos mais altos. Neste momento, penso que todo o hóquei em patins está num processo de transformação e também que a conjuntura que o País vive influencia, e muito, o normal funcionamento dos clubes. Estou em crer que, passando esta fase, o Porto-Santense tem, com toda a certeza, condições para estar sempre na 1.ª Divisão. JM — Foi um desafio aliciante vir para o Porto-Santense?
PN — É extremamente aliciante, que eu resolvi aceitar depois de já ter sido convidado há uns anos. Nessa altura, não vim, essencialmente, porque estava a meio de um projecto que desenvolvi em Sintra, que tinha a ver com a criação, desenvolvimento e cimentação de todo o edifício do Hóquei de Sintra.
JM — Na próxima jornada teremos já uma equipa à sua imagem?
PN — Primeiro que tudo, a equipa tem de dar uma resposta. É evidente que, normalmente, os efeitos das transições e das mudanças de treinadores têm um efeito muito curto. É desejável que os jogadores, no sábado, apresentem mais e melhor atitude, mais força e mais capacidade de sacrifício. Estar a dizer que tem o meu cunho, já, só se pode traduzir pelos treinos que já ministrei.

BI do treinador dos “azuis”
Pedro Nunes tem 37 anos e foi jogador durante cerca de 22. Tirou o 1.º curso de treinadores (nível 1) em 1992, tendo começado a carreira de técnico no Santos FC da Venda Nova, na Amadora. Seguiu-se a “transferência” para o HC de Sintra na época de 1993/94, clube onde permaneceu até ao passado sábado. Tem o curso de nível 2 e frequenta, neste momento, na Faculdade de Desporto, em Coimbra, o nível 3. Ao JM, o técnico prefere não falar, para já, «em novos e desmedidos desafios», até porque os mesmos terão de passar «em 1.º lugar pela SAD e depois por todos aqueles que compõem a equipa técnica. Isso ficará mais para a frente. A nossa intenção é, neste momento, lutar pela melhor classificação possível e, em todos os jogos, fazer tudo para ganhar os três pontos».

Fonte:Jornal da Madeira

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