No primeiro ano como técnico da equipa alto-minhota conseguiu um feito histórico para os vianenses: a presença na Final Four. Para além disso, vai estar também presente no Mundial dos Estados Unidos como seleccionador de Angola. A poucos dias da partida para o Entroncamento, Fernando Fallé falou ao HoqueiPt sobre o Campeonato, a Final Four, o Mundial e outros assuntos...
HoqueiPt: Balanço do campeonato?
Fernando Fallé: Fizemos uma excelente primeira fase e uma má segunda fase. Uma excelente primeira fase porque cumprimos os objectivos ficando nos seis primeiros e cumprimos com distinção. Tivemos muitos pontos bem acima do sexto lugar e estivemos entre os primeiros. Na segunda fase caímos e caímos mais do que era esperado e desejável e não nos conseguimos levantar. Adicionando a isso alguma falta de felicidade e sorte na finalização, não conseguimos obter os pontos que desejávamos e que estavam ao nosso alcance.
HPT: E na Taça de Portugal?
FF: Em termos de taça fizemos um belíssimo percurso e ainda estamos na Final Four. É a primeira vez que a Juventude está numa Final Four. Vamos jogar com o Benfica. É um jogo com uma equipa complicada e a única a quem não conseguimos tirar pontos. O Benfica tem belíssimos jogadores, é uma equipa bem montada e um excelente clube, por isso é complicado. Vamos tentar desta vez encontrar o antídoto. Aqui não há um ponto ou três pontos: Há uma vitória ou uma derrota. É um jogo eliminar e vamos tentar superá-lo. O plantel está há 10 meses a competir, trabalhou muito e agora é mesmo uma questão de superação. Não temos tido sorte, vamos tentar motivar-nos.
HPT: Como vê esta nova geração de jogadores?
FF: É uma geração diferente. É uma geração um bocadinho menos virtuosa, menos espectacular mas bem mais competitiva, mais física, mais moderna. Acho que os próprios jogadores vão gerar mudanças: o hóquei tem de começar a ser ensinado e pensado de forma diferente. As regras vão ter de mudar também e acho que é sempre melhor para o Hóquei.
HPT: Concordava com a implementação dos Play-off’s?
FF: Completamente. Com os play-off’s, com o bloqueio... Acho que o Hóquei tem de mudar porque está demasiado conservador e fechado relativamente a algumas coisas. Tem de se abrir e adaptar. O Hóquei precisa de se actualizar.
HPT: Expectativas para a próxima época?
FF: Reforçamo-nos com aquilo que eu julgo que nos falta. O Paulo Almeida pela experiência, carisma e peso na equipa. Luís Filipe pela força e determinação. O Banza pelo jogo de área que nos faz falta. Estamos com problemas na finalização há algum tempo. O Sapo é um belíssimo jogador mas não joga no seu lugar natural e talvez com a entrada do Banza, seja possível libertá-lo para a função mais exterior tornando-o um jogador mais produtivo, mais universal. As contratações que foram feitas correspondem a algumas lacunas da equipa. Desta forma, penso que para o ano, a JV provavelmente será menos espectacular mas uma equipa mais consistente e mais competitiva.
HPT: E quanto ao Mundial?FF: Muito complicado. Muito trabalho em Julho e Agosto e com o fim da época vejo-me muito cansado e com muita coisa para fazer. A selecção angolana tem algumas lacunas: falta-lhe muito ritmo competitivo. As expectativas... é que tenho de ganhar dois jogos. Se tirarmos o jogo com Portugal, apesar de não haver jogos impossíveis, mas vai ser um jogo extremamente complicado, resta-nos Chile e Macau. O bom ou o menos bom campeonato da selecção de Angola será ditado logo na fase inicial com os encontros com Macau e Chile. Caso vençamos os dois, passamos e o oitavo lugar está assegurado. Depois é uma questão de sorte. Toda a gente se prepara para o Mundial e às vezes é muito complicado estar nos picos de forma. É quase uma coisa utópica mas vamos tentar estar no pico de forma naquele dia, naquele jogo... É quase impossível mas tudo vamos fazer e é uma experiência enriquecedora porque contactamos com outras culturas, não só em termos culturais mas também em termos “hoquísticos”.
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