A equipa das Quinas está a estagiar nas Taipas, tal como as suas congéneres de Angola e Inglaterra, e todas pelo mesmo motivo: a adaptação a um piso que Guilherme Silva, capitão luso, critica duramente. De resto, tudo normal, com dois jogos de preparação na agenda dos pupilos de José Querido
O primeiro dia de estágio nas Taipas ficou marcado pelo contacto com o piso, que a Selecção Nacional irá encontrar no Campeonato do Mundo, nos Estados Unidos. Para o capitão Guilherme Silva este é "um piso que já conhecemos do Europeu de França e que não nos satisfaz de maneira alguma". O guarda-redes da selecção vai mais longe, ao afirmar que "é incompreensível esta escolha de pavimento, uma vez, que durante dez meses jogámos em óptimos pisos e agora, nas principais provas, aparece esta superfície de plástico, que mais parece gelo do que outra coisa". No rol de queixas que os jogadores têm manifestado está, exactamente, o problema das travagens e mudanças de direcção rápidas, que, ao verificar-se, é "queda pela certa", garante. "Este piso só beneficia as equipas de choque, em detrimento das equipas com mais técnica e que dão a beleza ao hóquei em patins", afirmou indignado com a situação, Guilherme Silva. Ontem, após o treino matinal, a selecção portuguesa teve a oportunidade de "espiar" as suas congéneres angolana e inglesa, uma vez, que estas duas selecções também estão a estagiar nas Taipas, pelo mesmo motivo que a equipa lusa: o 'maldito' piso. "Estivemos a ver o jogo entre Angola e Inglaterra e pudemos constatar que não há rodas nem bolas adaptadas a este pavimento. As bolas pincham como as bolas de basquetebol. É inadmissível que continuem a privilegiar esta situação", afirmou o capitão português.
À parte esta indignação com o piso, tudo rola normalmente. A Selecção Nacional realiza até ao final do estágio das Taipas dois jogos-treinos, o primeiro já amanhã frente à selecção do Minho e o outro no sábado, frente à selecção do Porto.
Mais jogadores
No Campeonato do Mundo estarão presentes alguns jogadores estrangeiros que actuam em Portugal. A selecção do Brasil conta com Didi, da Oliveirense, e Cláudio Filho, o "Cacau" da Nortecoope. Na selecção Espanhola perfila um jogador que representa o FC Porto, Pedro Gil e a selecção da Argentina é aquela que conta com mais atletas a jogar em solo português. Martin Payero do Barcelos, Reinaldo Garcia do FC Porto e Mariano Velasquez do Benfica foram os eleitos.
Outros técnicos
Para lá de Cristiano Pereira, como seleccionador de Itália, outros portugueses estarão no Mundial dos Estados Unidos. Também sem contar com José Querido, técnico da equipa das Quinas, em San José estarão ainda Fernando Fallé, técnico da Juventude de Viana, orientando a selecção de Angola, e ainda Carlos Amaral (Inglaterra) e Luís Novais (Holanda).
Herança pesada para Cristiano
No hóquei em patins, a Itália é uma das selecções mais fortes, com títulos mundiais e europeus no palmarés, sendo sempre candidata a chegar às finais e a vencê-las. Cristiano Pereira, ao ser convidado para o cargo de seleccionador dos transalpinos, tornou-se no centro das atenções, porque renovou a equipa e todos querem ver até onde pode chegar o treinador português. A O JOGO, Cristiano Pereira explicou: "O projecto contemplava todos os jogadores italianos. Posteriormente, e devido à falta de diversos atletas, todo o projecto foi adequado a uma nova situação que envolve uma nova equipa. Trata-se de uma segunda linha de hoquistas italianos que vão formar uma selecção forte, mas que não será a habitual candidata". Trocando por miúdos, reforçou: "Nesta equipa não estão os irmãos Bertolucci, Dario Rigo, Alberto Orlandi nem Massimo Cunegatti, que têm experiência internacional ao nível de campeonatos do Mundo. No grupo actual apenas Gianfranco Polverini, Valério Atenza e Massimo Tatarani têm essa experiência". Os motivos que o levaram a convocar novos jogadores prenderam-se essencialmente com a idade: "São todos indivíduos acima de 34/35 anos. Alguns abandonaram a selecção com naturalidade. Mas também estamos condicionados pelos calendários apertadissimos de hoje em dia. Por exemplo, há equipas de topo que começaram a nova temporada em meados de Agosto. Isto tem de acabar por servir de alerta à federação internacional... ".
Neste momento, Cristiano Pereira está em Viareggio, a cidade italiana onde estagia a selecção transalpina, sendo que, após três concentrações, o ciclo de preparação para o Mundial já vai longo. Quando faltam menos de duas semanas para o início do Campeonato do Mundo, Cristiano Pereira espelha tranquilidade: "A motivação é a de sempre, igual à da primeira hora, mas o projecto foi revisto e o trabalho está a desenvolver-se no sentido de ter uma participação que não deslustre, sabendo que é uma viragem de página".
Fonte:Jornal OJogo
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