segunda-feira, janeiro 02, 2006

Mortos de saudades

Deixaram o Benfica para rumar a Itália. Carlos Dantas orienta o Bassano e o filho Miguel joga no Salerno. De passagem por Portugal para celebrar o Natal e o fim-de-ano em família, os Dantas falaram das saudades que sentem de casa
Quem gosta de hóquei e é adepto do Benfica está certamente bem identificado com os nomes Carlos e Miguel Dantas. Pai e filho vestiram a camisola do clube da Luz, mas entretanto emigraram para Itália. Carlos Dantas é actualmente treinador do Bassano, um clube de uma cidade do Norte de Itália onde também estão Ricardo Pereira e Luís Viana, e Miguel Dantas joga com Filipe Gaidão no Salerno, um clube que representa uma cidade do Sul. Apesar de terem escolhido o mesmo campeonato, vivem tão longe um do outro que só se podem falar por telefone. Estão separados por 800 quilómetros e, depois das últimas férias do Verão, só se encontraram quando o Bassano e o Salerno se defrontaram. Agora, as festas de Natal e final de ano trouxeram-os de volta à residência da linha de Cascais, para umas curtas férias.
Embora Itália seja, tal como Portugal, um país do Sul da Europa, com um idioma de raíz latina, e mesmo apesar do êxito que alcançou com o Bassano, levando-o logo no primeiro ano ao título e à final da Taça CERS, Carlos Dantas admite que as saudades não o largam: "Tenho muitas saudades de casa, do convívio com os meus amigos, do Benfica, do hóquei português, da comida portuguesa. Quase todos os dias tenho vontade de fazer as malas e vir embora, mas assinei um contrato e tenho de o cumprir".
Há três anos o seu vínculo ao Benfica estava no fim e o convite para orientar a selecção transalpina fê-lo fazer as malas. Entretanto, a proposta do Bassano convenceu-o, numa altura em que o Benfica atravessava uma crise financeira que representou a perda de alguns jogadores. "O Benfica tomou uma importante opção, construindo uma equipa jovem. Foi realista e, neste momento, a par do FC Porto, é o futuro do hóquei português. Acompanho o Benfica e as restantes equipas do Nacional pela internet e acabo sempre por pensar como o hóquei aqui é diferente", desabafou o treinador, avançando: "Quando a Oliveirense foi a Bassano, para a Liga dos Campeões, assisti à fácil adaptação dos jogadores portugueses à pista. Têm outro perfume, outra forma de driblar, de atirar à baliza, são mais artísticos. Gostei de ver e são estas coisas que em deixam saudades. Enfim, não perdi o hábito de gostar das coisas boas".
Fonte:Jornal OJogo (pode ver o resto desta reportagem em www.ojogo.pt)

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