quinta-feira, julho 28, 2005

Tribunal Superior de Desporto dá razão parcial à Catalunha

Regresso à estaca zero
O Tribunal Superior de Desporto (TSD), baseado em Lausanne, na Suiça, deu razão ao protesto da Catalunha sobre o método de votação (braço no ar e não voto secreto) que rejeitou a pretensão dos catalães de serem admitidos como membros de pleno direito da Federação Internacional de Hóquei em Patins. A decisão do TSD obriga à convocação de um congresso extraordinário para nova votação. O ambiente volta a aquecer a menos de um mês de arranque do Campeonato do Mundo.

O caldo entornou. Os Catalães conseguiram uma vitória na barra do tribunal, e de nada serviu uma outra decisão do TSD contrária às pretensões dos homens da Catalunha.Aliás, originalmente o TSD não foi a favor da Catalunha, o problema está no erro técnico verificado na forma como foi feita a votação.Depois de o ano passado terem sido derrotados na votação realizada em São José para decidir a sua inclusão como membro de pleno direito da Federação Internacional de Hóquei em Patins (FIRHS), os catalães apresentaram uma reclamação com dois pontos: no primeiro reclamavam direito a serem membros de pleno direito da FIHRS. Neste ponto, o TSD deu razão à Federação Internacional com o argumento de que a Catalunha está embrionariamente ligada à Real Federação Espanhola. No segundo ponto da reclamação, os catalães insurgiram-se contra o facto de a votação ter sido realizada pelo método de braço no ar – e não por escrutínio secreto - e neste ponto o TSD deferiu o protesto catalão.Apesar dos pareceres pareceram algo contraditórios, a verdade é que a decisão do TSD obriga à convocação de um congresso extraordinário da FIRHS para que seja realizada uma nova votação.

Catalunha reclama vitóriae põe-se em campo
A notícia foi recebida com apreensão na RAEM. António Aguiar, Presidente da Assembleia Geral da Associação de Patinagem de Macau (APM) diz que “volta tudo ao início” e diz saber também que “os catalães já se estão a mexer. Tenho informações dos nossos aliados na Europa que indiciam que a Catalunha está a preparar uma grande ofensiva para os Estados Unidos, e a prometer mundos e fundos às associações com menos posses. Um bocadinho à semelhança do que já tinham feito antes da votação do ano passado, numa tentativa velada de comprar votos. O que pode muito bem estar a acontecer é que a Catalunha, sabendo que agora a votação vai ser secreta, tente mesmo seduzir com ofertas de dinheiro e outras os membros com direito a voto”, desconfia e lamenta Aguiar.Mas o que preocupa mesmo o dirigente local é que os catalães apareçam com uma grande embaixada em São José da Califórnia, palco a partir do dia cinco de Agosto do Campeonato do Mundo – como o fizeram no Mundial “B” de Macau – em campanha eleitoral. "Ouvi dizer que eles já apregoam à boca cheia que dinheiro não é problema, que vão gastar o que tiver que ser gasto. Para mim, tenho quase como natural que eles apareçam na Califórnia a dizer que eles é que deviam estar no mundial e não Macau”, adverte Aguiar.

Preparados para impugnar
"Lutar até às últimas consequências" é o que promete António Aguiar, “por Macau faço tudo”, reforça o dirigente da APM. Aguiar tem receio que a pressão e lobby dos catalães possa levar a uma situação de conflito no processo de acreditação das equipas à chegada à Califórnia. A selecção de Macau chega no dia 3 aos Estados Unidos, ida do estágio em Portugal, e é esse o dia D, "vamos preparados para o pior dos cenários, embora estejamos convencidos que não vão impossibilitar a nossa inscrição. Vamos armados de cartas e pareceres do Instituto do Desporto a dizer que os jogadores da equipa representam a RAEM mas se, mesmo assim, nos quiserem tirar o tapete, temos o plano B: avançamos com uma providência cautelar para impedir o arranque do campeonato”. O plano B é, diz Aguiar a solução Z: de último recurso.Por outro lado, na próxima assembleia geral a ter lugar no dia 10 (em plena realização do campeonato) em São José da Califórnia, Macau vai apresentar uma moção de censura e desconfiança ao trabalho do alemão Harro Strucksberg à frente dos destinos da Federação Internacional de Patinagem, e um pedido para que ele se demita, “estamos a fazer lobby para que a moção seja aprovada, não quer dizer que ele se demita… mas mau era se ele for votado com desconfiança e não se demitir.”António Aguiar considera que é inadmissível que Macau tenha que lutar para participar no mundial A, “lutar e continuar a lutar, porque só quando a equipa estiver dentro do ringue é que acredito… é inadmissível que depois de 20 anos a participar em Mundiais do Grupo B agora é que tenhamos que provar que temos estatuto para participar, e ainda por cima tudo por causa do caso Catalunha."

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