O Hóquei em Patins é uma das modalidades que maior projecção e prestígio têm dado a Portugal, nas suas diversas conquistas dos diferentes pódios máximos de competições Mundiais e Europeias.
Só ao longo da sua existência já conquistou 14 Campeonatos do Mundo e 20 Campeonatos da Europa, superando qualquer outra modalidade existente no nosso país.Não quero valorizar esta modalidade em detrimento das restantes, pois não é minha intenção induzir os leitores nos efeitos promocionais que esta modalidade atingiu, mas sim dar um destaque merecido à modalidade de Hóquei em Patins.Como podemos constatar, pelos meios de comunicação, a modalidade amadora que menor projecção apresenta neste meio é o Hóquei em Patins. Será pela escassez de títulos alcançado? Ou será pela complexidade que esta modalidade apresenta?. Cada cidadão comum tem a possibilidade de seleccionar ou escolher a modalidade que gostaria de praticar, ou assistir. Noutros tempos, seria muito difícil esta escolha pela inexistência das variadíssimas modalidades que presentemente existem na nossa Região e por esse mundo fora. Sendo o Hóquei em Patins uma modalidade considerada de “elite”, por ser vista por algumas colectividades e pessoas com elevados custos financeiros, quer na aquisição do equipamento específico, quer na manutenção espaço-temporal deste. São muitos os encarregados de educação que questionam: porquê colocar o seu filho nesta modalidade, que não apresenta futuro económico, quando existem outras modalidades, menos dispendiosas, e fundamentalmente, com outras e mais regalias. Os Clubes que possuem esta modalidade têm realizado muitos sacrifícios financeiros para manter o seu normal funcionamento. Muitos leitores deverão interrogar-se pelos apoios governamentais? Pois, a maior fatia dos apoios governamentais são para as equipas que participam em campeonatos nacionais. Esta verba é distribuída e dispendida da seguinte forma: na aquisição de material para os diferentes escalões de formação (escolas, infantis C, infantis B, Infantis A, Iniciados, Juvenis e Juniores) e para os escalões de seniores masculinos e femininos, não esquecendo as taxas de inscrição nas respectivas provas, as taxas de arbitragem, as taxas de organização, os policiamentos, as deslocações quinzenais que as equipas realizam, aos quais acresce ainda alimentação e nalgumas vezes estadias, etc. Isto leva-me a questionar o leitor: como poderemos angariar mais fundos financeiros? Claro que responderiam com alguma brevidade: – patrocínios junto das empresas privadas, por exemplo. O que me levaria novamente a questionar: onde se encontram essas empresas? Como todos sabem, encontramo-nos numa ilha, cuja prática desportiva tem crescido nos últimos anos. A concorrência pelo patrocínio é cada vez mais feroz, pois não são apenas as colectividades desportivas que solicitam estes apoios, como também instituições de caridade, escolas, organizações de actividades culturais etc., levando o mercado potencial de patrocinadores a não conseguir satisfazer as necessidades emergentes e recusando muitos delas. Os próprios empresários também levantam a questão: que regalias ou contrapartidas terão as empresas em apoiar uma modalidade desportiva, se a comunicação social raramente está presente e as consequentes contrapartidas são praticamente nulas. Para responder a esta e outras questões relativamente aos benefícios fiscais, empresariais e de marketing, não sou indicado para esclarecer, pois minhas dúvidas, provavelmente, são também as vossas. Outro dos grandes problemas que neste momento estão a afectar toda a actividade desportiva federativa e associativa, é a posição económica portuguesa que se encontra sem rumo e sem perspectivas de melhorias futuras. O poder económico é o que comanda a sociedade de consumo e quando esta se encontra em ruptura toda a sua envolvente é “arrastada”. Como podemos constatar em grande parte dos meios de comunicação social têm abordado noticias relativamente as diferentes Federações Nacionais, com conteúdos e comentários quase todos iguais: “as alterações dos quadros competitivos Nacionais”, o problema das equipas continentais nas suas deslocações às ilhas” e outros conteúdos que as Federações pretendem levar a cabo para minimizar os seus gastos financeiros, em detrimento da verdade desportiva Regional. Assim poderemos afirmar que o Desporto Federativo tente a deixar de ser uma instituição que rege a verdade Desportiva para passar a ser uma Instituição Desportiva virando para a economia/financeira. Onde está o Desporto…?
Fonte: Diário de Noticias da Madeira, Escrito por José Carlos Fagundes
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