quarta-feira, janeiro 26, 2005

Despedido por má-fé

CINCO meses depois de ter sido despedido de técnico principal do Óquei de Barcelos, o seleccionador nacional José Querido ainda reclama valores a que entende ter direito e continua sem saber as verdadeiras razões por que foi despedido.

Querido acusa o presidente José Carvalho de o ter «atraiçoado, porque não foi um homem de palavra », mas também está sentido «com a falta de solidariedade de alguns jogadores ». Uma carta dirigida ao Óquei de Barcelos, que José Querido subscreveu juntamente com elementos do grupo de trabalho, que a direcção do clube minhoto interpretou de desestabilizadora, levou ao seu despedimento em 25 de Agosto de 2004, ainda que tivesse mais um ano de contrato para cumprir. «É difícil de explicar a sensação do despedimento», diz José Querido, acrescentando: «Foi cometida uma grande injustiça. O presidente não teve escrúpulos. Para mim houve mesmo má-fé. Ele sabia que eu tinha rejeitado convites de outros clubes porque tinha contrato com o Óquei por mais um ano.»

E a solidariedade dos jogadores?

Querido nega que a carta tenha sido a origem do despedimento. «Os jogadores também assinaram a carta e só eu e o professor Fernando Jorge fomos despedidos. Aos jogadores nada aconteceu. O objectivo da carta era pedir uma reunião entre o presidente e o grupo de trabalho, pois há mais de três meses que os salários estavam em atraso.» «Sei que estou a pagar o preço dos invejosos mas esses talvez nunca consigam o que eu já alcancei. A eles, e por culpa dos meus próximos sucessos, só desejo que vivam muitos anos, para se incharem de inveja, até rebentarem », disse José Querido. O técnico, no entanto, afirma que não saiu triste com o clube minhoto: «Fiquei magoado com os dirigentes, que, de facto, não estão à altura deste grande clube. Estou, principalmente, magoado com o presidente, que não foi a pessoa que deveria ter sido. Isto é: um homem em todo o sentido da palavra.» Por outro lado, José Querido fala em falta de solidariedade de alguns jogadores. «Nenhum jogador me defendeu, nem um deles tomou o mesmo partido, que era defender o grupo de trabalho», diz o técnico, que está de malas feitas para o Vilanova.

Fonte Jornal ABola, Edição de 26 de Janeiro de 2005

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